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[Resenha] Enquanto eu Respirar de Ana Michelle Soares








Título: Enquanto eu Respirar
Autor: Ana Michelle Soares
Editora: Arqueiro
Gênero: Drama e Não-Ficção
Páginas: 240
Classificação: 



Sinopse:
Aos 32 anos, não foi fácil para a jornalista Ana Michelle Soares receber o diagnóstico de que seu câncer de mama tinha voltado e atingira outros órgãos. Não havia mais possibilidade de cura. O tratamento seria focado em controlar a doença e seus sintomas – e em lhe proporcionar a melhor vida até o fim.  Num relato visceral, marcado pelo humor ácido e por toda a coragem e urgência de quem não tem tempo a perder, AnaMi conta como o contato com a morte transformou para sempre sua maneira de enxergar as coisas.  Em busca da cura da alma, encontrou uma grande companheira de jornada – a Renata, que enfrentava algo muito parecido – e, nesse processo, descobriu a si mesma. Dessa parceria nasceu a conta @paliativas no Instagram, para provar que tratamento paliativo não é sobre morrer: é sobre viver. É sobre ir à luta e viver apesar da doença. Inundar-se de gratidão a cada momento. Ressignificar a existência. Pois, para quem gosta de viver, nunca será tempo suficiente.


Olá pessoal, até hoje eu não entendo o que me levou a escolher este livro para pedir na parceria, confesso que o título e a sinopse me chamaram muito a atenção, mas ao começar a lê-lo e desde o início começar a chorar, me questionei, o que deu em mim querer ler um livro tão fora da minha zona de conforto literária?? Respondo que ainda não sei, mas foi o melhor escolha que fiz.
“Esta história não é sobre câncer, nem sobre um lista de desejos, muito menos sobre um perfil do Instagram. É sobre viver, sobre sobrevivência, sobre dançar com o tempo. É sobre amizade, sobre  não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que foi uma experiência extraordinária.”
Eu estou com uma saúde muito boa, faço acompanhamento médico periódico, e busco viver a vida sendo feliz, não conquistei tudo o que sonhei, mas já conquistei muitas coisas que não imaginava e por isso sou muito grata a Deus, eu sou uma pessoa que tem fé. Apesar disso, vivi e convivo com o câncer de muito perto, perdi uma das pessoas que mais amava, a minha vó num período de 4 meses do início de sua descoberta, mas não foi o câncer que me abalou, foi o descaso médico em investigar os sintomas que ela vinha sentido até que não havia mais nada a ser feito. Mas Deus foi maravilhoso, ela só foi sentir dor realmente na véspera de seu falecimento e morreu no dia que teve que ir para o hospital. Deus realizou o seu desejo, viveu até o último momento em casa ao lado da família.

Os relatos da autora sobre a conduta médica foi um dos pontos que mais me chamaram a atenção. A cura ainda não existe, mas a compaixão independente se a pessoa vai conseguir a cura ou não deve ser dada, o respeito ao paciente, afinal, ele pode estar morrendo, mas só Deus sabe quando isso realmente irá acontecer. Tenho uma amiga que está em tratamento paliativo a muitos anos e sua maior alegria é que ela provou aos médicos que quem determinará o dia de sua morte será Deus e não eles, lhe deram seis meses de vida e ela já vai pra mais de 10 anos vivendo e realizando os seus sonhos.
“É nessa de viver nosso último dia todo dia, percebemos o quanto tudo tem um sabor especial. Acreditem, entender que a vida acaba é a ferramenta de empoderamento e autoconhecimento mais incrível de todas (e ninguém precisa de câncer pra isso). Não há tempo a perder. Não há sentimento a ser desperdiçado. Viver é prioridade.”
A autora, Ana Michele, ou AnaMi como gosta de ser chamada, escreveu este livro cumprindo um desejo de sua amiga-irmã que juntamente com ela criou o blog PaliAtivas. É um relato da sua vida, mas principalmente da grande amizade que surgiu após as duas terem descoberto que o câncer havia retornado que o tratamento seria paliativo, ou seja, em algum momento elas estariam morrendo. Mas a forma que elas escolheram viver enquanto a morte não chega é que o faz toda a diferença e é justamente isto que este livro nos ensina, a viver da melhor forma e não sobreviver nos matando, mesmo quando não temos nada.

É um livro pra te emocionar e te ensinar a viver positivamente, mesmo quando você se abate. Os relatos dos acontecimentos na vida das duas é especial. Eu particularmente amei saber que ela aprendeu o que é ter amor próprio, a reconhecer o amor recebido da família, mesmo quando não era da forma desejada e a valorizar este amor, chorei com a carta escrita para a mãe, bem como em vários outros momentos. Confesso ter lido uma parte, ter dado um tempo e depois ter retornado a leitura de tanto que mexeu comigo. Mas que narrativa maravilhosa, a leitura fluiu super bem e se não fosse o fato de querer ficar sem chorar um pouco em dois dias eu teria lido o livro todo.

Hoje eu acompanho a AnaMi no insta e continuo a me emocionar com suas postagens, é de uma grandeza e força surpreendente colocar a sua vida e seu coração no papel como você fez. Saiba que você e a Renata ficaram eternizadas através das palavras deste livro. Obrigada por compartilhar conosco suas tristezas e alegrias, suas derrotas e conquistas e por nos inspirar a sempre buscar viver enquanto estamos respirando.

Super indico esta leitura e não se preocupe com o choro, pois chorar faz bem quando é por bons motivos e este livro é maravilhoso. Ele está com uma capa linda, uma diagramação maravilhosa, como disse a narrativa está super gostosa e o conteúdo é uma história real espetacular com um coração sem sombra de dúvida.

A vontade que tive foi de destacar o livro quase todo, mas encerro com o seguinte destaque:
“Quem é você quando ninguém está olhando? Lide com isso. Busque ser o que diz ser quando a luz está acessa.”

Carol Finco do Blog Pretenses

[Resenha] Apenas um Olhar de Harlan Coben









Apenas um Olhar
Autor:
Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
Classificação: 


Sinopse: 

Uma foto pode contar muitas mentiras...
Ao buscar um filme que mandou revelar, Grace encontra, no meio das fotos, uma que não pertence ao rolo. É uma imagem de cinco pessoas, tirada no mínimo vinte anos atrás. Quatro delas não lhe são familiares, mas a quinta é muito parecida com seu marido, Jack. Ao ver a foto, Jack nega ser ele. Só que, mais tarde, ele foge sem nenhuma explicação, levando a fotografia.Sem saber por que ele se foi, Grace luta para proteger os filhos da ausência do pai. Cada dia que passa traz mais dúvidas sobre si mesma, sobre seu casamento e sobre Jack, assim como a compreensão de que há outras pessoas procurando por ele e pela fotografia – inclusive um violento e silencioso assassino. Quando entende que não pode contar com a polícia, e que seus vizinhos e amigos têm os próprios objetivos secretos, Grace precisa enfrentar as partes sombrias de seu passado para descobrir a verdade que pode trazer seu marido de volta.


Queridos leitores, vocês já sabem que eu sou fã dos livros do  estre do suspense policial Harlan Coben e, mesmo assim, ainda me surpreendo como ele consegue entrelaçar a história de vários personagens que, a princípio, não tem nada a ver. Apenas um Olhar começa contando a história de Scott Duncan, um Procurador Federal Adjunto que se especializou em ações penais contra políticos corruptos. Ele se surpreende quando um matador de aluguel diz que quer conversar com ele e confessa ter matado sua irmã, Geri, que todos acreditavam ter morrido em um incêndio acidental.
Existem rupturas súbitas. Rasgos na vida, profundos ferimentos a faca que retalham a carne. 
A existência é de uma forma e, depois de estraçalhada, vira outra coisa. Desmorona como vísceras por um corte no abdômen. 
Grace Lawson é outra personagem dessa teia. Ela foi revelar as fotos da última viagem que fez com o marido e os filhos.

Sentia sempre uma euforia diante de fotos recém-reveladas, uma expectativa do tipo é-hora-de-abrir-os-presentes, um frenesi como o de apanhar a correspondência mesmo sabendo que são só contas, algo que a fotografia digital, apesar de todas as conveniências, não conseguia superar.
Entre as fotos reveladas, há uma foto antiga de uns 10 a 20 anos que não pertence ao filme da viagem. Na foto, há cinco pessoas. Grace não reconhece quatro delas, mas a quinta pessoa é seu marido, Jack. Ao ver a foto, Jack nega ser ele, mas pega a foto escondido e foge sem dar nenhuma explicação. Grace começa a ficar preocupada com o sumiço de Jack e chama a polícia.

A terceira personagem é Charlaine Swain. Seu casamento com Mike está esfriando após os dois filhos. Ela é vizinha de Fred Sykes, para quem gosta de se exibir pela janela. Só que ela começa a achar que tem algo de estranho acontecendo na casa do vizinho.

A história central é a de Grace e sua busca para descobrir o que aconteceu com o seu marido desaparecido. Tudo parece estar ligado com a foto antiga, mas quem são aquelas pessoas e como a foto foi parar junto com as suas? Agora, Grace precisa enfrentar o seu doloroso passado para salvar sua família de um violento assassino.

Ao ler Apenas um Olhar, fiz algo inédito. Estava tão ansioso para saber o que estava acontecendo com Jack que fui pulando alguns capítulos e pegando pistas, até que cheguei ao final. Depois, mais calmo, pude continuar a leitura e apreciar a trama criada pelo autor.

A história foi publicada originalmente em 2004. Há 15 anos atrás. Isso explica Harlan Coben ainda falar sobre revelação de fotos e aluguel de DVDs. Os direitos desse livro estavam com outra editora brasileira e só agora a Arqueiro pode lançar o título para completar a coleção do autor. A edição é primorosa, como sempre, e a capa é uma das mais bonitas dentre as capas da nova identidade visual criada pelo artista Elmo Rosa para o relançamento dos livros do autor.

Harlan Coben sempre discute temas relevantes em suas histórias. Em Apenas um Olhar, ele levanta a questão se devemos confiar ou não nas amizades que fazemos pela internet. Às vezes não podemos nem confiar nas pessoas que conhecemos. Ele também debate sobre o relacionamento dentro de um casamento e a importância do perdão para seguir em frente em situações de trauma.

Um livro angustiante e envolvente que comprova o talento de Harlan “Noites em Claro” Coben. A trama inteligente vai te prender a cada página para te surpreender no final.

Resenhado por André do Blog Garotos Perdidos